sexta-feira, outubro 08, 2004
Marinheiros Sós
ZT: Eu cá pús-me a milhas.
CA: Eu fiquei quieto, embalado, parado.
ZT: Não paro nem nas Antilhas.
CA: Permaneço boiando com vagar, ciente do ondular.
ZT: Saí da sepa torta.
CA: Eu não saí. Preferi vogar na quietude.
ZT: E o último que feche a porta!
CA: E porque não deixá-la aberta e espreitar.
ZT: Quero espreitar por todas as frestas.
CA: Não há frestas quando há portas fechadas.
ZT: Beberei copos em todas as festas.
CA: Mas eu estarei em todas as festas de anos, a ver os que me são chegados crescer.
ZT: Quero conhecê-las a todas, loiras eslavas ou asiáticas amarelas.
CA: A quantidade nunca foi a minha vontade!
ZT: Vida boa é tropeçar em becos e vielas.
CA: Vida boa é a paz, sem stress.
ZT: Não tenho razão para ficar.
CA: Eu tenho muitas razões para ter ficado.
ZT: Vou passar a vida a viajar.
CA: Eu também, mas sem me mover.
ZT: Não me põem trela.
CA: Ancorar não implica amarrar.
ZT: Não há âncora que segure a minha vela.
CA: Fartei-me! É que a onda profunda, ainda vá lá. Agora, tudo a rimar! Deves-te achar uma metáfora do Camões moderno. Eu sei que era para pormos um pouco de nós nestas linhas, mas tu já paravas!
ZT: Só páro quando não houver mais fundos.
CA: Ok!
ZT: Eu sou o Zé Trotamundos.
CA: Eu sou o Chico Ancorado.
CA: Eu fiquei quieto, embalado, parado.
ZT: Não paro nem nas Antilhas.
CA: Permaneço boiando com vagar, ciente do ondular.
ZT: Saí da sepa torta.
CA: Eu não saí. Preferi vogar na quietude.
ZT: E o último que feche a porta!
CA: E porque não deixá-la aberta e espreitar.
ZT: Quero espreitar por todas as frestas.
CA: Não há frestas quando há portas fechadas.
ZT: Beberei copos em todas as festas.
CA: Mas eu estarei em todas as festas de anos, a ver os que me são chegados crescer.
ZT: Quero conhecê-las a todas, loiras eslavas ou asiáticas amarelas.
CA: A quantidade nunca foi a minha vontade!
ZT: Vida boa é tropeçar em becos e vielas.
CA: Vida boa é a paz, sem stress.
ZT: Não tenho razão para ficar.
CA: Eu tenho muitas razões para ter ficado.
ZT: Vou passar a vida a viajar.
CA: Eu também, mas sem me mover.
ZT: Não me põem trela.
CA: Ancorar não implica amarrar.
ZT: Não há âncora que segure a minha vela.
CA: Fartei-me! É que a onda profunda, ainda vá lá. Agora, tudo a rimar! Deves-te achar uma metáfora do Camões moderno. Eu sei que era para pormos um pouco de nós nestas linhas, mas tu já paravas!
ZT: Só páro quando não houver mais fundos.
CA: Ok!
ZT: Eu sou o Zé Trotamundos.
CA: Eu sou o Chico Ancorado.
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Na vida somos constantemente confrontados com duas situações. Ou paramos para observar e depois agir. Ou caminhamos para a frente, reagindo conforme a maré.. E porque não ambos?
Eu ajo e reajo a este texto com um sorriso nos lábios, à espera do que está para vir.
Eu ajo e reajo a este texto com um sorriso nos lábios, à espera do que está para vir.
Questão: é mais fácil a um Zé Trotamundos mais tarde ancorar ou a um Chico Ancorado mais tarde trotar? NV
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